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CONHECIMENTOS X DADOS - CADÊ A INFORMAÇÃO QUE ESTAVA AQUI?

Claúdio Pinheiro

As incertezas de mercado e a competitividade faizem com que as corporações, cada vez mais, busquem novos conhecimentos, o que leva ao armazenamento de quantidades astronômicas de dados oriundos de diversas fontes, inclusive de coletas automáticas e transações on-line. Este quadro fez surgir um problema, com dimensões igualmente gigantescas. O que fazer com estes dados armazenados? Como extrair as informações? Como estudá-las?

Ora, estamos falando de um dos problemas mais complexos vivenciados atualmente pelas empresas: a dificuldade de transformar dados em informações úteis. Na verdade, a maioria das corporações convive com uma profunda ironia. Lidam, simultaneamente, com a falta de informações em meio ao excesso de dados, especialmente, os dados não-estruturados como e-mails e arquivos em Word, Excel etc. E, por conviverem com grandes quantidades de dados, sem, todavia, dispor de conhecimento utilizável, analogamente, morrem de sede frente ao mar e é esta a maior ironia. Além disso, o quadro se agrava com a falta de inteligência de negócios para analisar informações.

Hoje em dia, não existe segmento de mercado que dispense conhecimento, tanto oriundo do próprio mercado como dos processos internos, para instruir ações e decisões corporativas. A verdade é que já se foi o tempo em que o feeling era suficiente para direcionar negócios e aproveitar as oportunidades, ou mesmo, garantir o time-to-market. A adoção de tecnologias que automatizaram tudo, desde a força de vendas até os processos industriais, aumentou exponencialmente o volume de dados disponíveis, provendo uma infinidade de informações que precisam ser extraídas e analisadas.

Neste cenário, é fundamental, senão vital, adquirir uma visão clara a respeito da compreensão das ferramentas que determinam a memória e a inteligência da empresa. Em virtude disso, percebe-se, na administração empresarial, uma tendência, cada vez mais acentuada, de empregar tecnologias do conhecimento, que se configuram num diferencial competitivo tremendo, além de permitirem alavancar desenvolvimento nas organizações. Deste modo, fica evidente que melhorar e perenizar a performance depende da capacidade de gestão analítica, de investigação da realidade presente e passada, bem como, da previsão de tendências. De fato, é decisivo conhecer a si mesma e ao seu ambiente.

Neste contexto, os sistemas analíticos avançados são os únicos capazes de garantir o acesso a informações úteis, rapidamente. São compostos por ferramentas de última geração para extração e análise de dados, com aplicação de tecnologias de mineração - data mining e text mining -, integrados a soluções de inteligência artificial, aliadas a técnicas estatísticas tradicionais geram modelos preditivos.

Estes sistemas são especialmente eficientes por incluírem extração e análise de dados não estruturados, que são fontes extraordinárias de conhecimento empresarial e, portanto, imprescindíveis num mundo tão competitivo. Apenas assim é possível transformar emaranhados de dados em conhecimento profícuo, identificando e revertendo dados ocultos em diferenciais.

Vale lembrar que em virtude do crescimento exponencial da utilização de mensagens eletrônicas, cresceu também a necessidade de gerenciar a imensa massa de dados contidos em arquivos de e-mails que ficam isolados dos outros sistemas corporativos e, sem dúvida, precisam ser aproveitados. É aí que entram os tais sistemas de mineração de dados integrados com ferramentas de inteligência artificial, redes neurais, sistemas de controle de qualidade e outros que não apenas agregam valor ao negócio, mas permitem a sobrevivência das empresas.

Por outro lado, é muito comum perder-se um tempo precioso procurando as informações necessárias à tomada de decisão ou, muitas vezes, não encontrá-las, o que é ainda mais crítico. Neste sentido, os sistemas de análise avançada são o elo de ligação entre a profundidade analítica e a necessidade de obtenção, utilização e disseminação de conhecimento em todos os setores da corporação.

Um dos conceitos mais avançados nesta área é o de Web Integrated Forecasting, que estuda a variação da demanda, provendo predição. Na verdade, este conceito, tem uma preocupação macro empresarial, oferecendo pacotes que possam integrar e relacionar diferentes ambientes de uma mesma companhia. Tudo isto aumenta a Inteligência corporativa e de negócios.

Infelizmente, há limitações quanto à capacidade de respostas, escalabilidade e profundidade das soluções existentes no mercado, principalmente quanto à adequação de diversas infra-estruturas corporativas. É necessário optar por sistemas que se integram com qualquer base de dados, o que requer tecnologia muito avançada e não são todos os fornecedores que a dominam.

Outro desacerto das companhias é que o Data Mining e as tecnologias analíticas têm sido definidos, se não erroneamente pelo menos de forma reducionista, já que poucas corporações têm a dimensão da sua importância. Na verdade, não perceberam de que se trata de um processo de extração e análise de conhecimento de grandes bancos de dados, sem pressuposições prévias. Em última instância, estamos falando de recursos que permitem usar este conhecimento para a tomada de decisões, já que localizam e transformam dados em informações e conhecimentos cruciais.

Claúdio Pinheiro é diretor da StatSoft South America Voltar
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