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MOTIVAÇÃO: UM DIFERENCIAL COMPETITIVO

Débora Martins

Anos atrás, quando era funcionária de uma grande empresa de call center em São Paulo, procurei minha chefe no meio do expediente para pedir demissão. Ela sugeriu que eu fosse embora para casa e refletisse sobre o assunto, uma vez que eu tinha apenas três meses na empresa.

Na época, supervisionava uma equipe pequena, com apenas vinte teleoperadores. Tinha poucas dificuldades em lidar com a equipe, pois procurava fazer todo o possível para manter o entusiasmo em alta. Os teleoperadores, por sua vez, correspondiam a minhas expectativas, sempre pró-ativos e produtivos. Em outras palavras, uma equipe que não dava trabalho.

Algumas coisas que eu geralmente fazia eram reuniões diárias; leitura de artigos do interesse da equipe; brincadeiras; presentes surpresa; bilhetinhos com frases de incentivo ou citações; massagem nas costas dos teleoperadores; monitoração constante; conversas particulares; e outras. Enfim, estava sempre em harmonia com minha equipe, pois meu principal objetivo era manter bom o ambiente.

Então, meu pedido de demissão era inaceitável para minha chefe. Para ela, que gerenciava cerca de trinta supervisores, eu também não dava o menor trabalho, nunca qualquer membro da minha equipe agiu de forma anárquica lhe levando problemas, coisa muito comum na empresa.

Eu não era nenhum fenômeno, nem pretendia ser, apenas fazia meu trabalho de forma motivada. Infelizmente a empresa não reconhecia meu talento e, sim, eu realmente me demiti. Acredito ter tomado a decisão correta. Ao invés de ter um colapso nervoso ou manchar minha imagem no mercado, cuidar da minha vida era, com certeza, a melhor opção.

Para que explodir, ter crises de choro, adquirir uma úlcera, criar panelinhas e demonstrar minha insatisfação a todos? Que nada, prefiro me poupar de tudo isso. Hoje, depois de quase oito anos, tenho um ótimo relacionamento com todos os colegas que deixei na empresa, inclusive com a ex-chefe.

Calma! Não quero que, ao ler este artigo, você se levante e peça demissão. Mas é bom refletir sobre se está motivado. A motivação individual é um diferencial competitivo. É o impulso fundamental para gerar um comportamento positivo. Segundo Hersey&Blanchard [1986, p.18], "a motivação das pessoas depende da intensidade dos seus motivos, que podem ser definidos como necessidades, desejos ou impulsos oriundos do indivíduo e dirigidos para objetivos, que podem ser conscientes ou subconscientes".

No processo comportamental, a motivação será responsável pela energia que o indivíduo alocará para executar a ação. Traduzindo para o ambiente organizacional, podemos dizer que se trata de habilidade para se reinventar como ser humano, e assim estabelecer um relacionamento de interação grupal no trabalho, compreendendo melhor os colegas, clientes e superiores. Independentemente da profissão, buscar a motivação interna sem esperar nada de ninguém é uma decisão inteligente. Talvez você esteja no lugar errado fazendo as coisas certas. Portanto, ao invés de demonstrar sua desmotivação ao outros busque a alternativa mais saudável para você.

Débora Martins é palestrante, consultora e especialista no gerenciamento das relações entre empresas e clientes - deboramartins@deboramartins.com.br Voltar
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